quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Escolhendo o tema do Projeto Final

Amigos, hoje decidi escrever um pouco sobre como escolher um tema para um bom projeto final, ou pelo menos o que eu considero um bom projeto final. Não se trata apenas disso mas sim um concelho para vida de um modo geral.


Atualmente troquei mais uma vez de emprego, agora estou trabalhando na ALSTOM Power, na divisão de comissionamento de equipamentos para hidroelétricas, isso faz penas 2 meses. O que quero aqui não é anunciar um novo emprego mais sim mostrar como foi importante o meu projeto final para isso.

Quando fiz o meu projeto final estava ainda trabalhando na ENELTEC e resolvi aproveitar um projeto que estava circulando na empresa para o meu projeto final, o controlador de velocidade para geradores a bio-gás, eu gostava do tema e era algo que eu estava bem empenhado porque era com aquilo que eu pretendia trabalhar o resto da minha vida.

Naturalmente não tive um orientador que pudesse me ajudar diretamente com o tema, a final, controle de geradores é algo bem específico e no Rio de Janeiro não conheço ninguém que trabalhe com isso, foi um desafio único, até para encontrar uma banca para avaliar o projeto.

Entre os desafios teve uma parte de modelagem da parte mecânica, execução dos testes de software e testes do hardware e finalmente o teste prático no gerador propriamente dito, infelizmente não tenho mais os videos da grande vitória que foi testar a placa no gerador e ver tudo funcionando na fábrica, este ficou só para memória.

Fato é que acabei por ter que ir para outra empresa e trabalhar com linhas de transmissão, também é interessante mas não era exatamente já estava me adaptando com a ideia de trabalhar com linhas para o resto da vida quando quando surgiu essa oportunidade para vir a ALSTOM trabalhar com comissionamento de turbinas hidroelétricas especialmente em controle de velocidade!

Eles viram o que eu tinha colocado no linkedin sobre o projeto e me procuraram por já ter conhecimento nesse nicho específico que demanda pessoal que é o controle de velocidade. Naturalmente nunca me passou pela cabeça trabalhar com usinas hidroelétricas mas a oferta foi irrecusável e agora estou aqui.

Isso é uma história que achei interessante de contar porque, primeiro que nunca pensei que o linkedin fosse render alguma vaga, eu procurando vaga no vagas.com, assinando o catho e nada e repentinamente surge uma oportunidade para uma coisa que eu conhecia.

O que eu quero dizer nesse post não é só mostrar como foi importante para mim realizar o trabalho e coloca-lo como meu projeto final da faculdade mas também mostrar que nem sempre a linha de pesquisa acadêmica é a melhor.

Quando estava no CEFET-RJ tinha muitas propostas feitas por professores na área de comercialização de energia, planejamento energético e proteção e controle de sistemas. Tudo não passava de linhas de pesquisa que os professores já tinham trabalhos e simplesmente exigiam dos alunas uma nova redação daquilo que já estava sendo feito. Resolvi me motivar, por mais que mais difícil de fazer um projeto com um orientador que não conhecia o tema e aceitou o meu tema.

Claro, nem todos tem um laboratório disponível para fazer um controlador de velocidade, mandar fazer placas fora, comprar processadores, comprar plataformas de programação, e fazer um teste num gerador maior que um caminhão... mas existem temas que podem ser trabalhados com pouco material e muita pesquisa e simulação que valem a pena ser explorados.

Escolher o Tema

A escolha do tema não precisa ser apenas com base no que o orientar ou aquele professor que olhou para você como um potencial trabalhador solidário para empreitada acadêmica dele.

Muitas vezes nos envolvemos em projetos que o professor leva para universidade com base na linha de pesquisa que ele já tinha em mente desde o doutorado e que não é nem a expectativa dos alunos nem a da própria universidade ou curso. E como já estamos envolvidos acabamos por seguir naquela linha.

Quando eu fiz iniciação científica no CEFET-RJ, ainda no curso técnico, utilizamos redes neurais para reconhecimento de harmônicos em redes elétricas, de fato, nunca mais utilizei aquilo... e era exatamente uma linha de pesquisa que o professor julgou pertinente, mas, redes neurais para alunos de técnico é bem avançado mesmo...

Outra coisa que eu fiz sem pé nem cabeça foi a Iniciação Cientifica em biomatemática, pasmem, no CEFET-RJ, uma faculdade de engenharia pura, tem um grupo de pesquisa em biomatemática... Acabei por me envolver nisso, queria uma bolsa minha gente, também sou filho de Deus. Isso me rendeu dois prêmios de Iniciação Cientifica do CEFET-RJ mas não consegui aproveitar aquilo para muita coisa.

Hoje eu tenho noção que poderia ter proposto para os professores algum tema próximo ou parecido relacionado ao que estava fazendo, um tema até mesmo mais prático.

Escolha o orientador mais flexível

O mais flexível não é o mais fácil! O mais flexível é que permite você ter liberdade de se auto-gerenciar e apresentar seus próprios resultados e conclusões, isso permite que mesmo que ele não goste muito do tema assuma o seu trabalho e algumas vezes até um co-orientador externo que ele não conheça bem.

Você não precisa mais de uma babá, terá que traçar suas próprias metas e entregas e desenvolver um trabalho mais individual, mas garanto que vale a pena, você poderá depois disso falar com voz de trabalho seu e as pessoas vão te respeitar pelo seu tema e por aquilo que você atingiu.

Quando estava sendo entrevistado, e perguntaram detalhes do projeto, e como eu tinha feito praticamente tudo sabia todos os detalhes e como foram feitos isso chamou a atenção deles porque eu tinha feito mesmo o projeto e sabia coisas sobre controle de velocidade que não são apresentadas pela universidades em cursos normais. Mesmo no mestrado, se alguém perguntasse para os especialistas em geradores a preocupação deles é com o regime funcional mas existe uma série de periféricos e condições de partida e parada que devem ser avaliadas que são ignoradas por livros e professores.

Não faça em grupo

Eu sei que todos os cursos hoje em dia oferecem a possibilita de se fazer o projeto em grupo de 2 ou 3 indivíduos. Isso tem pontos bons e ruins foi relatar alguns deles para que você faça o seu próprio julgamento.

Em grupo, você vai poder fazer um trabalho maior, quando os indivíduos tem uma boa interação esse resultado pode ser espetacular e não sobrecarregar ninguém, ainda mais no final do curso quando todos estão fazendo aquelas matérias que sobraram e querem se formar, a final a cada 6 meses para se formar você perde um carro que você poderia comprar (R$ 6.000 x 6 = R$ 36.000,00).

Outro ponto bom do trabalho em grupo e que você pode ajustar o que você acha mais interessante de fazer e se você não trabalhou ainda em equipes de engenharia você vai ver o que é "trabalhar com um engenheiro". Engenheiro tem ego, vontade, orgulho e vaidade que tanto você como seus amigos vão ficar essa sementinha do mau dentro de si.

Fazer sozinho dá mais trabalho sem sombra de dúvida, mas você começa a absorver aspectos importantes que certamente você ainda não  conseguiu dominar plenamente como disciplina, capacidade de rumar consigo mesmo para um lugar, escrever um texto completo com começo meio e fim e sintetizar as idéias, expor sozinho e pesquisar.

Fazendo um paralelo, quando você faz um trabalho sozinho você ganha algumas habilidades importantes de buscar pessoas e coisas sozinho, se você é mais introvertido, isso é bom para seu crescimento pessoal de buscar e falar e expor problemas que são só seus. Eu sou um pouco assim, as vezes não gosto de incomodar os outros com problemas  meus então vou deixando para o final e quando falo já no limite, ligar para alguém pode ser uma tortura se não foi uma pessoa que falo sempre, em fim, pense nisso.

Outro ponto bom de fazer solo é que você não depende de mais ninguém, não vai ter ninguém tentando ajustar o projeto ao tempo e interesses dele.

Escolha um tema factível

Quando eu fiz meu projeto final queria abraçar o mundo e fazer todos os controladores possíveis do gerador mas no final não passou de só um e olhe lá! O melhor é dimensionar para metade da sua intensão, porque ai você garante que vai fazer com dificuldade e vai dar certo.

Conclusão

Bom espero te ajudado um pouco a escolher melhor o seu tema, estes foram problemas que eu tive por falta de visão mesmo do que eu realmente queria e almeja e da minhas capacidades, naturalmente.

2 comentários:

  1. Amigo, onde consigo comprar um Netduino no Brasil, de preferência que parcele? Não encontro loja alguma.

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    1. Olá Jean,
      Desculpe a demora em responder. Bom, comprar aqui no Brasil é complicado, geralmente eu compro com o Cartão de Crédito em algum site sugerido pelo pessoal do Netduino, aqui tem no mercado livre, pode encontrar alguém que venda, no Laboratório de Garagem (http://www.labdegaragem.org/loja/) e na Multilogica (http://multilogica-shop.com/netduino).
      abraços,
      Victor.

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